PORTUGAL “TEM TUDO” PARA SER A “FLORIDA DA EUROPA” PARA REFORMADOS: RESORT FOCADO NO ENVELHECIMENTO SAUDáVEL ABRE EM 2025 EM BENAVENTE

Além de habitação que promove a independência dos residentes, o espaço localizado na Reserva Natural do Estuário do Tejo pretende proporcionar cuidados de saúde de qualidade e atividades que favorecem o envelhecimento ativo e a socialização. O responsável da empresa Life Plan Resorts explica ao Expresso qual a visão do projeto e os motivos para a escolha de Portugal para este investimento de luxo

Uma herdade com 510 hectares na Reserva Natural do Estuário do Tejo, em Benavente, foi o local escolhido para criar uma comunidade de luxo para maiores de 55 anos usufruírem da reforma tendo em vista um envelhecimento saudável. O início da construção do resort está previsto para junho e a abertura gradual decorrerá já em 2025.

Quem para lá for, “não é para morrer, é para celebrar a vida”, diz Jack Shevel, fundador e presidente da Life Plan Resorts, empresa responsável pelo projeto. “O foco será viver de forma independente. Com opções entre estúdios, apartamentos ou moradias”, indica ao Expresso o empresário, que é médico de formação.

No total, serão 1400 unidades de alojamento, além de 260 camas de cuidados continuados, um hotel com 60 quartos e alojamento para 300 funcionários. O espaço contará ainda com instalações para reabilitação e prestação de cuidados ao domicílio em caso de necessidade. O investimento supera os mil milhões de euros e prevê-se a criação de mais de 2000 postos de trabalho em Benavente.

Na base está uma “abordagem holística e integrada de bem-estar”, com particular atenção aos cuidados de saúde. “Quanto mais tempo se vive, maiores as hipóteses de ter mais doenças. À medida que se envelhece, o número de doenças crónicas aumenta”, justifica Jack Shevel. A gestão das doenças crónicas e um programa dedicado à saúde do cérebro são, por isso, dois dos eixos do projeto, para os quais irá contribuir o recurso a aplicações e diferentes tecnologias, nomeadamente de monitorização.

Mas para conseguir manter um “cérebro saudável” há outros pilares importantes. “A socialização é crítica. Queremos impulsionar a socialização: ter amigos, estar juntos, estimular a mente”, aponta o responsável. Assim como o “envelhecimento ativo”, com as pessoas a “manterem-se em movimento” através da atividade física, e também a nutrição, com planos desenhados “à medida” de cada residente.

A área do resort “encaixa-se muito bem” na conjugação de todas estas dimensões: desde os jardins em que é possível plantar o que se desejar, aos dois campos de golfe, aulas de pilates, desportos aquáticos ou clube de leitura, até à agência de viagens que ajudará a planear os passeios desejados. Disponibiliza-se “uma grande variedade de serviços, comodidades e atividades” com o objetivo de “personalizar” de acordo com as preferências e necessidades de cada um.

Porquê Portugal?

Ao longo da carreira, Jack Shevel esteve ligado a vários projetos na área da saúde: fundou e dirigiu a Netcare, empresa prestadora de serviços de saúde na África do Sul, e foi diretor da CareRx, empresa canadiana fornecedora de serviços de dosagem de medicamentos para seniores, até ao final de 2022. Já esteve em muitos locais pelo mundo, mas Portugal distingue-se porque “tem tudo”.

“Toda a gente fala do que torna Portugal fantástico. Estão certos. Mas, para mim, é muito mais do que o clima, do que o baixo custo de vida, do que a gastronomia. Portugal tem outros diamantes em bruto. Os recursos de cuidados de saúde são de alta qualidade”, realça. Também na área da tecnologia, o país tem “operadores de classe mundial”.

E há mais: em termos de “cordialidade e simpatia”, Portugal “não tem paralelo”. “As pessoas são calorosas, mais orientadas para a família, falam duas ou três línguas. É um país multicultural”, enumera o empresário. “Acreditamos realmente que pode ser a Florida para a reforma na Europa”, declara. O estado é um dos destinos de eleição dos norte-americanos para passar a aposentação.

No caso do resort em Benavente, a “maior parte” dos clientes serão europeus, mas a equipa espera também “muito interesse” dos Estados Unidos, Brasil e África do Sul. Quanto a portugueses, a estimativa aponta para “pelo menos 5%” do total. Os preços variam conforme a opção escolhida e os serviços associados, mas não são acessíveis a qualquer carteira: para um casal, em caso de aluguer mensal, “provavelmente será cerca de 4000 euros por mês”. Outra possibilidade é o contrato vitalício, em que o valor de um apartamento começa nos 450 mil euros.

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