MUSEU DO LOUVRE: UM ACELERADOR DE PARTíCULAS E OUTRAS CURIOSIDADES INESPERADAS

Ir a Paris e não passar uma tarde no Museu do Louvre é como não ter ido a Paris. A antiga e majestosa residência real transformou-se, com o passar do tempo, na mais perfeita representação de um museu contemporâneo.

É claro que o verdadeiro tesouro são as peças que compõem uma colecção com mais de 35.000 obras expostas, da qual se destacam obras galácticas da história da arte, como A Gioconda, de Leonardo da Vinci, A Barca da Balsa da Medusa, de Théodore Géricault ou A Liberdade Guiando o Povo, de Eugène Delacroix, mas devemos também observar todos os dados e curiosidades da intra-história que transformou o Louvre num dos maiores museus do mundo.

MONA LISA SUPERSTAR

Existe um curioso mapa no qual foram geolocalizadas as fotografias publicadas no interior do Museu do Louvre que prova que Gioconda é, de longe, a sua obra mais popular. A concentração de identificações em redor do quadro é assombrosa. A Gioconda, mais popularmente conhecida como Mona Lisa, é provavelmente o quadro mais famoso do mundo. Uma designação surpreendente para uma obra de pequenas dimensões (um óleo sobre uma tábua de álamo com 77 × 53 cm). A obra de Leonardo Da Vinci encerra inúmeras curiosidades, historietas, mistérios, referências literárias e cinematográficas e uma ou outra tentativa de roubo que a catapultaram para o estrelato no universo artístico.

ARTE PARA O POVO

A abertura do Louvre como museu depois da Revolução Francesa (1789), a 8 de Novembro de 1793, pode ser considerada um feito, pois, pela primeira vez em toda a história, foram nacionalizadas obras de colecções privadas da monarquia e da aristocracia para serem geridas por uma galeria pública. Além disso, o acesso a estas obras era livre, sem limites impostos pela cultura ou estatuto social. Ao contrário do que acontecia noutros locais, não se limitava ao público culto nem estava limitada a visitas marcadas, como aconteceu posteriormente noutros museus de renome.

O Louvre é considerado o precedente dos museus nacionais dos dias de hoje. Poucos anos após a sua inauguração, o museu foi intermitentemente encerrado até 1801. Bonaparte, muito dado à megalomania, rebaptizou-o como Museu Napoleão e encheu-o de obras de arte confiscadas pelos seus exércitos. 

UM CASTELO CONQUISTADO PARA A ARTE

Quando alguém se aproxima do recinto do museu do novo pela primeira vez fica completamente fascinado pela presença do edifício. Originalmente um castelo, no século XII, o Louvre foi transformado em Palácio Real. Muito antes de ser o museu que é actualmente, foi um dos mais magníficos palácios da Europa, pela mão de Catarina de Médici (1519-1589). Carlos V de França (1364-1380) foi um dos monarcas que mais obras de arte acumulou no palácio, muitas das quais foram integradas na primeira colecção exposta pelo museu, composta por mais de 500 obras.

O MAIS VISITADO DO MUNDO

O museu recebe mais de 10 milhões de visitantes, o que o coloca na primeira posição (uma vez mais) entre os museus mais visitados do mundo. Os turistas estrangeiros representam 75 por cento do total, na sua maioria originários da China e dos EUA, mas também de outros países da União Europeia.

A PIRâMIDE DO LOUVRE: UM ÍCONE POLÉMICO

Nenhum visitante resiste à típica fotografia em frente à famosa pirâmide do Louvre. Contudo, quando foi inaugurada pelo então presidente François Mitterrand, em 1998, a pirâmide originou um aceso debate nacional sobre a idoneidade do projecto do chino-americano Ieoh Ming Pei, erguido num cenário de arquitectura clássica. Trinta anos mais tarde, a chamativa estrutura de vidro e metal com 21 metros de altura que centraliza o acesso dos visitantes ao museu transformou-se num ícone, tendo até sido utilizada por Dan Brown no seu best-seller O Código Da Vinci como local do túmulo de Maria Madalena.

100 DIAS E 30 SEGUNDOS

Se alguém quisesse ver, uma a uma, todas as obras expostas no museu, demoraria mais de 100 dias consecutivos. E isso seria uma visita fugaz, dedicando apenas uma média de 30 segundos a cada uma. É uma ideia inconcebível, mas ajuda-nos a imaginar a colossal dimensão do Louvre.

A sua exposição permanente conta com 35.000 obras, mas as reservas do museu aproximam-se das 500.000 peças. Reza a história que o famoso escritor Julio Cortázar, determinado a ver tudo o que o museu tinha para oferecer, dedicou-lhe todas as suas tardes durante dois anos consecutivos para concretizar esse plano ambicioso. Conseguiu-o graças a um passe permanente oferecido pela cidade.

MUITO MAIS DO QUE UM MUSEU

São muitos os que pensam que o Museu do Louvre começa e acaba no pátio da pirâmide, mas não. A entidade estende-se para além dos muros do palácio, abarcando os jardins adjacentes das Tulherias e o Carrossel (o mais antigo de Paris), o Museu Eugène-Delacroix e, para os verdadeiros fanáticos da arte, a Gypsotheque de Versalhes, com uma exposição excepcional de moldes de gesso de modelos clássicos.

o LOUVRE DO DESERTO

Juntamente com o Guggenheim, o Louvre foi uma das primeiras pinacotecas a abrir sucursais noutras partes do mundo. A primeira foi em Lens, em 2012, onde se encontra uma colecção muito diversificada composta por 205 obras. Mais recente é o Louvre Abu Dhabi, inaugurado em 2017 nos Emirados Árabes Unidos. O edifício, cuja espectacular cúpula parece levitar, foi desenhado pelo arquitecto Jean Nouvel e alberga cerca de 600 obras, suas e cedidas.

o ÚNICO MUSEU DO MUNDO COM UM ACELERADOR DE PARTÍCULAS

Não, não é ficção científica. Algumas das mais belas obras de arte do mundo estão expostas nas salas do Museu do Louvre e, nas suas entranhas, o AGLAE verifica e estuda todas as peças da colecção do museu. AGLAE – uma das três graças gregas – é o acrónimo do Accélérateur Grand Louvre d’Analyse Élémentaire (Acelerador Grande Louvre de Análise Elementar). Este acelerador de partículas chegou dos EUA em 1988, sendo, desde então, utilizado pela equipa de conservadores e estudiosos das colecções dos museus franceses.

NO TOP 10 DOS LOCAIS DE FILMAGEM PARISIENSES

Não há dúvida de que Paris é uma das cidades mais cinematográficas do mundo: os seus belos recantos serviram de cenário a inúmeros filmes. Foi o que aconteceu ao Museu do Louvre, cenário-estrela do famoso O Código Da Vinci (2006), uma adaptação do romance de Dan Brown, realizado por Ron Howard e protagonizado por Tom Hanks.

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